Resolvi fazer uma retrospectiva,
uma verdadeira viagem no túnel do tempo, para identificar as mudanças ocorridas
nas reuniões de pais e mestres, promovidas tradicionalmente pelas escolas. A
conclusão foi maravilhosa. Descobri que existem pontos comuns entre o ontem e o
hoje, e ao mesmo tempo, identifiquei profundas diferenças nas diversas maneiras
de acontecer. Eis um resumo do que constatei.
A
necessidade de reunir escola e família para tratar de assuntos
educacionais comuns foi constatada em todos os momentos. Desde os anos
sessenta, período inicial da retrospectiva, até os dias de hoje, sempre
aconteceu tais encontros. Nos últimos anos chegou a ser considerado
indispensável para a elaboração e execução da proposta pedagógica de cada
escola. Resistiu até mesmo o corre-corre da vida moderna. Forte demonstração de
que juntos, escola e família, se sentem melhores.
Em
algumas escolas a freqüência é quase sempre animadora, enquanto
noutras o resultado é tão desestimulante que logo é cogitado se vale a pena
continuar promovendo tais encontros. A boa freqüência é constatada mais no
interior e na periferia da capital, enquanto nas escolas de bairros com melhor
poder aquisitivo a freqüência é proporcionalmente bem menor.
Inicialmente
a presença era predominantemente das mães. Com o passar do
tempo, os pais foram se aproximando e hoje há equilíbrio de freqüência entre
pais e mães. Isso denota que as mães foram assumindo a responsabilidade também
de provedora e os pais foram assumindo a responsabilidade de também cuidarem
dos filhos. Essa é a parte mais linda e
significativa de tudo que foi constatado.
Na
maioria das escolas, o tempo, a pauta e a metodologia adotada deixam
muito a desejar. Essa foi a parte mais triste das constatações. Não estão em
sintonia com os interesses e ansiedades dos pais; não estão atentas as mudanças
do mundo moderno; desconsideram a objetividade no trato dos assuntos; ignoram a
distribuição do tempo; os assuntos gerais são mais destaques elogiosos a
atuação da escola, advertências aos pais omissos e criticas ao mundo de hoje;
os assuntos específicos sobre como está a turma do seu filho, nem sempre é
dedicado o tempo necessário.
Muitas
outras observações podiam ser feitas, mas as que foram ditas
são suficientes para demonstrar que o assunto necessita ser revisto e
repensado. Por ser um tema de alta importância para a educação, o melhor
presente que a escola poderia dar aos pais nesse mês de agosto seria iniciar um
processo de modernização das reuniões de pais e mestres.
José Milton de Cerqueira
Educador e Advogado
jmcblogger@gmail.com
Educador e Advogado
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