ESTUDANTES TREINADOS POR PROFESSORES MEDIAM CONFLITOS EM ESCOLA
PÚBLICA DE SP
Uma
escola estadual de São Paulo recrutou os próprios alunos para resolver os
conflitos entre os colegas. Essa medida também ajuda a prevenir a violência.
O
resultado foi a redução do número de alunos que iam parar na famosa diretoria.
E os alunos também passaram a se envolver mais com o dia a dia da escola. Esse
é um bom exemplo que vai ser apresentado em um congresso que reúne milhares de
professores e educadores preocupados em melhorar a escola pública.
Líderes
na brincadeira e também quando o assunto é sério. São um grupo de estudantes
treinado por professores para mediar conflitos na base do diálogo.
“Vocês
vão mostrar os direitos e os deveres em cima disso aqui, que é super didático e
bem fácil de a criança aprender”, diz uma professora.
“Tem
que ser pessoa que está a fim de ajudar, que está a fim de ser voluntário na
escola para fazer parte do projeto. Tanto que a única exigência deles é
escrever, porque eles querem ser mediadores”, explica Maria Aparecida Borga,
professora mediadora.
A
atuação dos alunos mediadores ajudou a resolver com mais rapidez os problemas
de indisciplina na escola. De cada dez casos que chegam até eles, só dois vão
parar na diretoria. O restante é solucionado no pátio ou nos corredores com uma
boa conversa.
Foi
assim que Mateus e Jéssica, de 16 anos, conseguiram esfriar a cabeça das amigas
Geisanne e Vitória, de 14.
Com
alguns conselhos, a dupla mais velha ajudou as meninas a fazer as pazes. “A
amizade era maior do que o problema e a gente pôde ver que depois de quatro
dias elas voltaram a se falar quando a gente mostrou os dois lados. Elas
pensaram e voltaram a se falar. Isso me deixou muito feliz”, diz Jéssica da
Silva, 16 anos.
O
projeto pioneiro, iniciativa de uma professora que foi recrutada para resolver
conflitos entre alunos no ambiente escolar. O programa conhecido como Professor
Mediador é destaque em um seminário, que reúne dois mil professores do estado
de São Paulo. O projeto de prevenção à violência já está presente em quase
2.500 escolas paulistas.
As
discussões interessam a milhões de estudantes que sofrem algum tipo de
violência. Mesmo a mais leve. Maria Luiza sofreu o chamado `bullying` de
colegas meninos só porque gosta de jogar futebol. Tudo foi resolvido com a
mediação de alunas mais velhas. “Depois daquele dia foi tudo normal, os meninos
não ficavam mais me ofendendo, eles até me chamavam para brincar”, conta Maria
Luiza.
RODRIGO BOCARDI - BOM DIA BRASIL -
G1 GLOBO.COM - 02/10/2013 - RIO DE JANEIRO, RJ
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